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doze episódios sobre os recursos costeiros e ribeirinhos

 

sal | concha | vasa | madeira | guelra | rede

sol | pedra | anzol | lata | cera | leme

 

 

 

 

SAL | As Salinas, sendo o mais admirável exemplo da relação entre a terra e o mar,

foram fonte de subsistência de gerações e gerações de pessoas que habitaram a zona

de Alcochete, na margem sul do rio Tejo, assim como em Setúbal, na margem norte

do Sado. Conhecer o Sr. Manuel Nicolau, último marmoteiro de Alcochete, foi como fazer uma viagem ao passado, recuando oitenta anos. Hoje praticamente extinta a sua função económica, as salinas são um local que grande interesse turístico e essenciais

na preservação da biodiversidade marítima.

CONCHA | A tradição das Ostras – também conhecidas como “Les Portugaises” –

devido à sua grande importação para França no século passado, renasceu nos últimos anos, fazendo deste bivalve, oriundo do estuário do Sado, um produto admirado em todo o Mundo pela sua extraordinária qualidade nutritiva e sabor distinto. Não menos apreciados são os mexilhões que produzidos e capturados nas jangadas da Lagos

de Albufeira de forma sustentável compõem os pratos típicos da região.

CERA | São várias as festividades religiosas de tradição marítima e fluvial na Península

de Setúbal. A devoção aos padroeiros dos pescadores continua a expressar-se de forma poderosa e genuína, atraindo centenas de pessoas que por mar ou por terra cumprem

as suas promessas. Fomos conhecer o que caracteriza cada uma destas demostrações,

e encontrámos histórias de fé que merecem ser contadas.

 

LATA | Foi a D. Adelaide, uma das últimas conserveiras de Setúbal, que nos fez querer saber mais sobre uma indústria que entre a segunda metade do século XIX e a segunda metade do século XX fez da margem sul do Tejo um dos principais centros

sócio-económicos do país. Hoje praticamente desaparecida, a indústria das conservas continua a marcar o território desta Península, gravando na memória colectiva

os tempos de ascenção e queda desta actividade.

 

MADEIRA | As embarcações típicas da Península, como é o caso dos Galeões de Sal,

dos varinos do Tejo ou mesmo do Hiate de Setúbal, transportam-nos para mares muitas vezes navegados, sendo peças únicas de um património que merece ser valorizado. Outora com grande peso económico, a construção naval nesta região foi também garante de emprego e identidade. E se hoje pode apresentar menos fulgor, a verdade

é que quem tem paixão pelos barcos nunca abandona a prática de os construir…

mesmo em miniatura.

 

PEDRA | Grande parte do património edificado que ornamenta a Península de Setúbal está intrinsecamente ligado à sua relação com o mar. Como exemplo maior não podemos deixar de referir o Convento da Arrábida, perfeitamente integrado no ambiente natural da “Serra Mãe”. Mas são vários os ex-libris desta região, desde moinhos de maré, museus e igrejas que nos convocam para este mar que aqui habita.

 

REDE | Chegadas as embarcações ao seu porto, é tempo de verificar como regressaram as redes do mar. Este trabalho de artesão está cada vez mais ameaçado mas quem

ainda preserva a arte encanta com a mestria da linha e agulha. Aqui se cruzam histórias de quem faz da pesca a sua vida. Encontramos um antigo cantador de venda de peixe em lota e concluímos a nossa viagem no famoso bairro do Tróino, em Setúbal,

onde as histórias do mar e das ruelas se confundem.

ANZOL | A Península de Setúbal é um exemplo de diversidade no que diz respeito

às formas de exploração das suas águas. No entanto, a pesca artesanal é aquela

que mais caracteriza esta região e são vários os exemplos de empresas que promovem

com sucesso uma relação mais estreita entre consumidores e pescadores,

garantindo mais qualidade, frescura e sustentabilidade.
 

LEME | Para muitos o Tejo é um rio calmo cujas águas não escondem mistérios. Porém, dizem-nos os entendidos que são grandes os seus perigos. Alguns dos seus pescadores fudaram uma das mais antigas cooperativas do país e as suas histórias revelam-nos

a força surpreendende de homens e mulheres que durante décadas fizeram do rio

o seu sustento.

GUELRA | Seguimos nas horas nocturnas a bordo do Princesa de Sesimbra

e percebemos o que nos diziam quando, aliado ao esforço e ao cansaço, nos referiam

um sentimento de inexplicável liberdade. A lua acompanha a viagem e ilumina a luta entre o homem e o peixe. De facto, a comunidade sesimbrense transporta em si uma longa história marítima e a sua coesão moldou também a história social desta vila,

onde a pesca é uma cultura a preservar.


SOL | Abrimos as portas ao sol e à vivência com este mar. Não foi por acaso

que a Rainha D. Amélia e o Rei D. Carlos mandaram construir na Arrábida a sua casa

de veraneio, evento que aliás a oposição Republicana não deixou de considerar como extravagante. Mas também damos a conhecer as actividades marítimo-turisticas

que agitam a Peninsula, reforçando a aposta no turismo. Para terminar o dia sugerimos um wine sunset party a bordo de um cruzeiro, com vista para o oceano.
 

VASA | No estuário do Sado descobrimos um dos portos de pesca mais antigos e sui generis, o porto da Gâmbia, onde ainda se encontra uma comunidade de pescadores

que diariamente se aventura nas águas estuarinas. Várias são as espécies que aqui encontramos. Aproveitámos também para fazer uma visita ao famoso Mercado

do Livramento onde não existem desculpas para não comprar o melhor peixe do mundo.

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